Uma queda brutal de idosos no mercado do trabalho após a pandemia de Covid-19 vai construindo uma condição de penúria no País.
Pesquisa realizada com 9.173 pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, entre abril e maio de 2020 e divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) neste dia 31 de março demonstra que “50,5% dos idosos trabalhavam antes da pandemia, dos quais 42,1% sem vínculo empregatício. Durante o período analisado, foi registrada queda na renda em 47,1% dos domicílios, sendo que 23,6% relataram forte redução e até mesmo ausência de renda”.
Os dados da Fiocruz foram coletados em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo os levantamentos, a renda caiu em 79,8% dos lares e 55,3% declaram não ter mais qualquer rendimento. Apenas 12% das pessoas pesquisas citaram alguém do domicílio que recebeu algum benefício do governo relacionado à pandemia.
O isolamento social foi adotado por 87,8% dos entrevistados e apenas 12,2% tiveram pouca adesão ou não o praticaram durante a pandemia. Um dado preocupante, 58% dos idosos indicaram ter pelo menos uma doença crônica não transmissível, como diabetes, hipertensão, doença respiratória, do coração e câncer. Muitos, no entanto, são fumantes e, se considerado o tabagismo, esse índice sobe para 64,1%.
Nos domicílios de menor renda foram colhidos 32,3% de relatos de tristeza ou depressão, sendo mais marcante entre a população feminina (35,1%). A solidão é reclamada pela metade dos idosos, sendo maior também entre as mulheres (57,8%)