Desmobilização. Este objetivo foi repetido à exaustão nas coberturas sobre as iniciativas do “governo” para combater a greve dos caminhoneiros em todo o Brasil. O “governo” percebeu que não tem força para enfrentar um movimento que atinja mobilização nacional. Desmobilizar caminhões parados, abarrotados de combustíveis e todo tipo de produção não poderia ser como os golpistas fizeram em Brasília no ano passado contra os trabalhadores, quando deram tiros, jogaram bombas, provocaram incêndios, espancaram e alvejaram manifestantes com armas letais.
A truculência da trinca governista, avisando que aplicaria multas pesadas e prenderia responsáveis por uma greve nacional que passaram a chamar de locaute, foi gradativamente ajoelhando numa tentativa de negociações através de um “gabinete de crise”, mantido por Temer com seus principais comparsas ministeriais.
O governo e sua imprensa de plantão tentaram a tática da chantagem no imaginário popular de potencializar o medo do desabastecimento, mas também não funcionou. O povo estava literalmente levando alimentos, cobertores e bebidas para os caminhoneiros parados, solidários com uma luta que é de toda a sociedade contra a escandalosa escalada de preços dos combustíveis.
Um “gabinete de crise” para desmobilizar uma luta de toda a sociedade se apropria bem à imagem do presidente odiado pelo Brasil adentro, com índices de impopularidade representativos das medidas que adotou contra os trabalhadores na sua reforma trabalhista para sucumbir a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e no congelamento por 20 anos de investimentos em áreas sociais essenciais, como educação, transporte, segurança e saúde.
Iniciativa de caminhoneiros, locaute, apoio popular, seja lá o que tenha sido, sem partidarização nenhuma, os caminhões parados em todo o País nos deram uma ideia da grandeza e da força da unidade para defender direitos. A “desmobilização” do grandioso movimento adotado pelos brasileiros como de interesse nacional mostrou o tamanho e a mediocridade destes que usurparam o poder da República, caindo de podres agarrados às ramas do poder. O fim deles está próximo, para o bem do Brasil!