Quase no encerramento do ano, 2013 deixou uma lição importante para as autoridades e “gestores” responsáveis pelos vários níveis da administração brasileira: o povo é capaz de se indignar e de exigir o que lhe é de direito.
2013 fica na história muito além dos 20 centavos que eclodiram a luta popular pelo transporte coletivo decente. A Copa das Confederações também foi apenas um detalhe. O pano de fundo deste ano foi a força da mobilização popular para garantir direitos sociais.
Em relação às lutas dos trabalhadores tivemos categorias que chegaram a ganhos reais em torno de 2%, como foram os casos dos metalúrgicos de São Paulo, bancários e trabalhadores nos correios. Em todas elas as condições que levaram aos resultados positivos foram, sem dúvida, as grandes mobilizações dos trabalhadores e greves, que deram sustentação aos sindicatos nas mesas de negociações com os patrões com o discurso do “não” cada vez mais intenso na ponta da língua.
Apesar de termos passado por um ano espetacularmente atípico, com gigantescas mobilização sociais ao longo da "Copa das Confederações", os patrões tiveram uma postura extremamente inflexível, com a velha choradeira de crise e obrigaram os trabalhadores aos grandes movimentos paredistas.
Esta tendência exige forte mobilização dos trabalhadores e certamente voltará a se repetir no próximo ano, com a grande confusão anunciada nas disputas eleitorais para a presidência da República, governos e assembleias estaduais, Câmara Federal e Senado. Tudo, lembre-se, em concorrência com a Copa e o mundo de chuteiras em nosso País. Os trabalhadores precisarão de organização, de mobilização e, sobretudo, de mostrar sua disposição de luta contra eventuais pressões disfarçadas em "medidas de segurança" para que nossos direitos não sejam ameaçados.