O Chile não é mais o exemplo de economia moderna. As medidas adotadas para alavancar a economia, cortando direitos trabalhistas e eliminando a previdência social em benefício da privada levaram a sociedade chilena ao caos.
A população foi às ruas em protestos violentos contra os bolsões de miséria, com a elevação de níveis de desigualdade provocados pelas reformas, em nome de uma proteção social que só beneficia os ricos.
Nas manifestações, o povo protesta contra os preços dos combustíveis, da energia e oscilações de tarifas, que podem levar a um movimento ainda mais explosivo.
Os gastos do País com educação despencaram nos últimos anos, dificultando o acesso da população mais pobre. Mais de 70% dos aposentados chilenos recebem benefícios previdenciários abaixo do salário mínimo. O atual presidente, Sebastian Piñera, propôs uma reforma para instituir contribuição de empresas sobre folha de pagamento para fortalecer o sistema previdenciário solidário. A ex-presidente Michele Bachelet criou uma espécie de BPC (Benefício de Prestação Continuada) para idosos pobres e deficientes.
A medida aconteceu dez anos após um plebiscito em que a população rejeitou o sistema de capitalização da Previdência, mesmo modelo que é defendido pelo ministro da economia do Brasil, Paulo Guedes.